.duomo di firenze: 'a igreja do lado avesso'.
.battistero e sua incrível porta de bronze.
.piazza della repubblica e mercatto del porcellino.
.palazzo vecchio, david[zão] e as outras estátuas da piazza della signoria.
.hércules e caco em cena um tanto indiscreta.
.só 'os fracos' na galleria degli uffizi:
[da esquerda para a direita em sentido anti-horário]
[da esquerda para a direita em sentido anti-horário]
giotto, donatello, michelangelo, dante, machiavel, galileu, américo vespúcio e francesco petrarca. no centro, da vinci.
.a ponte vecchio sobre o arno e as juras de amor eterno dos apaixonados.
.o interessantíssimo relógio solar e o [meu] signo de câncer.
.a casa fiorentina onde dostoiévski escreveu 'o idiota'.
.a casa onde nasceu e cresceu dante [alighieri].
.a casa de michelangelo.
.ai, jesus, os torrones!.
.il gelato di pistacchio, pinocchio e outras cenas fiorentinas.
.as cores de firenze, vista da piazzale michelangiolo.
.auguri di buon natale a tutti!.
.melhor spaghetti al pesto ever: trattoria katti - via faenza, 31.
.hotel globus: via di san antonino, 24.
[estrategicamnete localizado, a dois passos da stazione santa maria novella e da duomo]
saí de siena a tempo de ver, da janela do trem, o bucólico pôr-do-sol da toscana. os trilhos que ligam as duas principais cidades do renascimento passam por badesse, castellina in chianti, san gimignano, barberino val d´elsa, certaldo, castelfiorentino, granaiolo, ponte a elsa, empoli, montelupo, signa e san domino. entre cada uma dessas cidades, a típica paisagem toscana: os campos verdíssimos [apesar do inverno], os ciprestes milimetricamente dispostos em fila sobre as colinas, os pássaros voando em bando, as casinhas esparsas com suas chaminés fumegantes e suas hortinhas de quintal, as ovelhas pastando em duplas, os campos de trigo, vez por outra uma igrejinha ou uma torre de pedra, lá ao longe, e a certeza de que a qualquer hora o tony ramos [totó] apareceria correndo campo abaixo, saudando o trem... e foi assim, extasiada, que desembarquei na stazione de santa maria novella, em firenze.
era a metade da minha aventura italiana, o momento de começar a contar regressivamente meu tempo, tão breve e tão intenso, neste país encantado e encantador. desde madrid, era a primeira vez que dormiria mais de uma noite numa mesma cama - um ponto de descanso, portanto. firenze seria meu QG para pisa e lucca. de lá, trens regionais da trenitália partem de meia em meia hora para qualquer ponto da toscana por menos de 10 euros. não tem errada: é chegar na estação, comprar o bilhete nas máquinas self service, convalidá-los na macchina gialla [a máquina amarela da foto do post de siena!], esperar sair o número do binario [plataforma] na telinha das partenzas [departures], achar sua carrozza do trem e ir ser feliz na região mais bonita da itália. só não esqueçam de validar o ticket de passagem na maquininha amarela, senão a multa é de 40 euros!!! [esquecemos de validar entre firenze e siena e, por sorte, o fiscal viu que estávamos de boa-fé e nos cobrou apenas 5 euros por pessoa. ufa!]
firenze é mais um museu a céu aberto que propriamente uma cidade. é difícil escrever isso sem parecer um clichê dos mais baratos, mas não me ocorre outra forma de definí-la. de tantas estátuas e esculturas, pareceu-me, em alguns pontos [na piazza della signoria], uma cidade fake [será que vão me excomungar porque escrevi isso?!]. a arte está em TODA parte: dentro e fora das igrejas, dentro e fora dos museus, dentro e fora das gallerias, dentro e fora dos palazzos... a duomo, de tão linda por fora e cheia de detalhes em seu mármore verde-rosa, ganhou o merecido título de 'igreja do lado avesso'; a porta de bronze do battistero tem maior expressão artística que os vitrais da divina comédia que ilustram seu interior; o david de michelangelo está na galleria dell´accademia [o original, que foi levado da piazza della signoria para lá por razões de preservação], mas também pode ser visto a céu aberto, na porta do palazzo vecchio e no alto da piazzalle michelangiolo, de onde observa e guarda toda firenze. a galleria degli uffizi está vigiada por personagens ilustres, a maioria fiorentinos, que representam a mais alta expressão do renascimento em todas as suas dimensões [pintura, escultura, poesia, arquitetura, ciência, política...]. giotto, dante, petrarca, donatello, da vinci, machiavel, michelangelo, américo vespúcio e galileu galilei botam moral do lado de fora e nos lembram o que há de mais misterioso e enigmático nesta cidade: a conjução astral que fez com que tantos gênios da humanidade nascessem e vivessem ali entre os séculos XIII e XVII [tá certo que os médici ajudaram um bocado, mas não tinham o poder de fazer esse povo todo nascer por ali!].
por ser assim, entendo que firenze há de ser vivida por fora, caminhando em suas ruas, esbarrando nas casas de seus [tantos] viventes ilustres, imaginando dante e giotto saudando-se num buon giorno casual ou da vinci, machiavel e michelangelo atravessando a ponte vecchio para o outro lado do arno entre o quattrocento e o cinquecento.
assim, a menos que você seja um grande estudioso das artes, ou que esteja passando um mês em firenze, recomendo a entrada na galleria degli uffizi para ver a alegoria da primavera e o nascimento da vênus, de botticelli, e o resto do tempo dedicado a viver e sentir a cidade. estou certa de que o reflexo da ponte vecchio e dos arcos da uffizi nas águas do arno e as cores da cidade vista do alto da piazzalle michelangiolo no fim da tarde são as maiores obras de arte fiorentinas. próximas estações: pisa e lucca.