.mega sena acumulada: dia de sol e sem acqua alta em pleno dezembro.
.ah, veneza! [e eu fazendo a pose padrão na ponte dos suspiros].
.melhor spaghetti al pomodoro ever: trattoria ai leoncini - san marco, 352.
.ver veneza acender: um dos momentos mais bonitos da viagem.
.pôr-do-sol às 16:30h.
.night photos: ponte rialto.
.san teodoro e o sol de veneza, a torre do relógio e eu, diante da basilica di san marco.
.as gôndolas e o verde-água único de veneza: a alma da cidade.
.iguarias venezianas: a deliciosa pizza gôndola, as fornarinas e as lindas pastas coloridas.
.meus aposentos no hotel antico panada: calle dei spechieri, 646.
[olha a 'alcione' aí gente!]
quando tracei o roteiro da viagem sabia que veneza só tinha dois destinos alternativos: ser o mico ou o ponto alto da viagem! já tinha lido e ouvido tanta merda bobagem sobre a cidade ['que não era nada do que pintavam, que tinha cheiro ruim, que se comia mal pagando-se os olhos da cara, que o certo era se hospedar em veneza mestre, yada yada yada...] que acabei me pelando de medo de ver meu 'sonho veneziano' virar pesadelo. na véspera, para completar, caí na besteira de colocar no google as palavras 'veneza' e 'dezembro' e acabei tendo notícias de uma cidade apocalíptica, chuvosa e inundada [pelo fenômeno da acqua alta] nesta época nos últimos anos. o google images mostrou-me fotos assustadoras de pessoas com água acima dos joelhos em plena piazza di san marco em dezembro e a partir daí tive certeza que meu [triste] destino era conhecer veneza de botas sete léguas.
assim, foi com o coração um pouco na mão que peguei meu trem em milano centrale [leia-se miLAno TCHENtrale!] com destino a venezia santa lucia [leia-se santa luTCHía!]. a passagem, que consegui em tarifa mini pelo site da trenitália, antes de sair de madrid, custou-me a bagatela de 9 euros, para ir da lombardia a vêneto - imaginem! saí de milão quando ainda estava escuro, às 7:30h da manhã, e vi o sol nascer outra vez através dos alpes que traçam toda a fronteira geográfica ao norte da itália, desde a frança até a áustria, passando pela suíça. cheguei em veneza quando ainda não eram 10h e cruzei a pé o caminho labiríntico entre a estação de santa lucia e a calle dei spechieri, onde estava o meu hotel, guiada apenas pelas placas per rialto / per s marco, que estão em toda parte. vez por outra, quando as placas apontavam para a direita e para a esquerda simultaneamente, usava meu italiano recém-estreado em miLAno e derretia o coração dos venezianos com meu sorriso-do-gato-de-alice e com meu buon giorno aportunholado. as explicações, então, vinham perfeitas: 'avanti, la prima alla destra, la seconda alla sinistra...' e assim, depois de uns 40 minutos arrastando a 'alcione' e subindo e descendo mais ou menos umas 400 pontes [e já conhecendo a cidade!], cheguei ao hotel, cinematograficamente localizado numa ruelinha atrás da torre do relógio. vinte passos contados e estava na lateral direita da basilica di san marco. para completar, ganhei um upgrade e fui parar numa suite superior, mesmo tendo reservado uma standard. da minha cama, através da varanda, a vista surreal para o triângulo verde e o anjo dourado sobre o campanile e o som dos sinos da piazza di san marco, marcando a preciosidade de cada quarto de hora que passei nessa cidade encantada.
deixei a alcione no hotel e desci correndo para a san marco. pisei na piazza no exato momento em que o sol brilhava equidistante entre as duas colunas icônicas da cidade: a do leão alado [que representa san marco] e a de san teodoro [que era o patrono e protetor da cidade antes da chegada dos restos mortais do apóstolo san marco]. alguém duvida que se eu estivesse na espanha eu ganhava o gordo de navidad?!
estou certa de que os reflexos do sol nas águas muito verdes do adriático fazem qualquer ateu convicto questionar-se sobre a existência divina. veneza é isso: beleza, beleza e beleza cercada de água por todos os lados, sem qualquer clichê. não existe feiúra, não existe mau cheiro e cada parede descascada e cada tijolo aparente parecem cuidadosamente planejados numa harmonia cósmico-estética sem precedentes. em veneza comi o melhor spaghetti al pomodoro do planeta e me hospedei no melhor hotel de toda a minha 'aventura italiana', considerando os itens localização, conforto, luxo e preço [não consigo nem imaginar o que é ir a veneza e hospedar-se em mestre!]. a impressão que dá, pelas muitas referências orientais espalhadas pela cidade, é que veneza está na itália por acidente. o palazzo ducale, a catedral bizantina e os muitos elementos trazidos de alexandria e constantinopla fazem a cidade ainda mais peculiar, especial e bonita [talvez tenha sido isso, precisamente, o que me arrebatou em veneza!]. fui embora com o coração apertado [ouvindo ecoar a tarantella, tocada em violino por um artista de rua num dos becos por que passei no trajeto san marco - santa lucia! surreal!], querendo ficar mais um pouco, desejando voltar algum dia. e para quem quer saber se eu andei de gôndola, a resposta é não. além de eu achar meio mico-turístico, com a pequena fortuna que eu colocaria na mão do gondoleiro, paguei os seguintes trechos à trenitália: milano-venezia [9 euros] / venezia-firenze [20 euros] / firenze-siena [6,50 euros] / siena-firenze [6,50 euros] / firenze-pisa [6 euros] / pisa-lucca [2,50 euros] / lucca-firenze [5,30 euros] e ainda me sobrou um trocado para comer uma pizza gôndola! próxima estação: siena [ah, a toscana!].
Põe o vídeo "saindo do hotel", sério, coisa mais bizarra que já vi dessa sua "viagem", só tive um sentimento de "porréisso?"
ResponderExcluiresse seu diário de viagem tá me matando....rs...
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