domingo, 22 de janeiro de 2012

#flamencofeelings

 .corral de la morería: calle morería, 17.
.a 'desagradável' volta para casa: a vista da catedral de la almudena iluminada na esquina da calle de bailén com calle mayor e madrid bajo mis pies, como me gusta.

pupilas dilatadas. coração acelerado. jaleos mentais. mão marcando o compasso na coxa. taconeos discretos sob a mesa. fascinada. noutra dimensão. assim assisti a apresentação desta noite do corral de la morería, o tablao flamenco mais tradicional de madrid e certamente o mais famoso do mundo.
quem me conhece sabe que o flamenco está na minha alma e é provavelmente o que mais intimamente me liga à espanha. formei-me em ballet clássico, depois de 14 anos de aulas quase diárias, pesagens semanais, muitos pés torcidos e inumeráveis ensaios sabatinos. fui parte do corpo de baile do hugo bianchi, do anima mens et corpore, da madiana [romcy] e terminei minha carreira no conservatório de dança da minha eterna mestra, denise galvão. o primeiro ballet que dancei na vida foi carmen, de bizet, aos 4 anos. o que mais gostei de dançar, dom quixote. quando a vida me trouxe para cá em 94/95, desisti da faculdade de arquitetura e matriculei-me no flamenco. fazia um intensivo de espanhol para estrangeiros todas as manhãs [no CEE idiomas da calle carmen - que, acreditem, ainda existe tal e qual!] e tinha aulas de flamenco com [doña] adela martín todas as tardes, com exceção das quartas-feiras, na longínqua escola de aluche. tomava um autobus, dois metros e caminhava mais uns 15 minutos, na ida e na volta, quatro vezes por semana [como diz meu cunhado filósofo: 'quem quer quer, quem não quer coça o pé']. com minha alma flamenca, minha obstinação, o ritmo e a coordenação que Deus me deu, e a técnica e a postura de mais de uma década de ballet, posso dizer que, tirando as castañuelas [bem difíceis de aprender, porque necessitam de articulações das mãos que não estamos acostumados a usar!], aprender flamenco foi quase uma reminiscência e não chegou a ser exatamente difícil para mim.
quando voltei para fortaleza, dei aulas no CDDG e fui admitida, por audição, no tablado flamenco, grupo profissional do qual me orgulho de ter feito parte e onde aprendi muito, do flamenco e da vida. de lá para cá são 11 anos sem dançar, mas posso garantir para vocês que isso não fica assim por muito mais tempo. as castañuelas, a falda [saia], o abanico [leque] e os zapatos de tacón vieram na mala, por si acasoOLÉ! 
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coloquei cinco vídeos da apresentação de ontem aqui, ó. se eu fosse vocês, não deixava de ver!

3 comentários:

  1. coisa linda! sou doida pra te ver dançando, aff.

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  2. E agora eu já sei de onde vem toda disposição para viver apressada. Eu não sou muito de achar dança "óóóó, vou parar minha vida para ver", ainda mais quando se tem dois pés esquerdos. O problema que não se dança sem música - loucos sim - e eu a amo.

    E como diria meu vô, "quiria, coce a viria"

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