quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

.#barcelonafeelings, parte II.

 .o encantado parc güell. 
.meu lugar em barcelona.
 .somos um mosaico.
 .#gaudífeelings.
 .formas e cores de barcelona.
 .delírio fantástico de gaudí.
 .gaudí psicodélico.
 .o jogo de rugby e o fim de tarde em barcelona.
.colón e maremagnum.
 .la boquería [e não é a do del paseo!].
.hotel silken concordia e o colorido kit do banheiro.

depois de 10 dias na itália, chegar em barcelona foi como chegar em casa. o trem-hotel de volta, o mesmo babado: as mesmas poltronas da emirates, as mesmas paradas nas fronteiras, os mesmos policiais bonitões vestidos de azul marinho, só não o indiano detido sem passaporte. cheguei no hotel silken concordia falando italiano e rezando para que o quarto estivesse livre antes do horário do check-in. bingo! subi, tomei um belíssimo de um banho [incríveis as propriedades terapêuticas da água sobre a minha pessoa!], tirei o sobretudo marrom que estava sobre mim há mais de uma semana, vesti uma roupa colorida e fui almoçar no arenas, shopping gigante construído dentro da antiga plaza de toros, desativada depois da proibição das touradas na cataluña. de lá, direto para o meu lugar preferido da cidade: o colorido e encantado parc güell
desça no metro lesseps e esteja preparado para uma bela de uma caminhada, ladeira acima. depois de 10 dias rodando metade da itália a pé, juro que pensei que fosse morrer, mas acreditem: depois da penitência, existe o paraíso. os mosaicos coloridos, as curvas de gaudí e a vista de toda barcelona desde o mirante do parc güell valem cada palavrão dito no caminho.
cheguei lá em cima naquela hora exata em que o sol fica mais amarelo, antes de derreter e desaparecer: o espetáculo mais bonito da terra, comparável apenas às cores que pintam o céu antes dele voltar no outro dia. pensei, então, em quantos pores-do-sol perdi na caixa branca em que vivi nos últimos tempos e jurei para mim jamais repetir uma insanidade desse tamanho na vida. lembrei do meu encantamento na primeira vez que estive naquele lugar mágico, 11 anos atrás. fiquei feliz por encantar-me de novo.
o céu de barcelona estava especialmente bonito aquela tarde. um azul que fazia o perfeito degradé com o mediterrâneo e amplas nuvens dispostas de maneira tão desalinhada quanto perfeita. crianças jogavam rugby na areia do mirante. adultos se acotovelavam para aparecer numa foto ao lado do lagarto de mosaicos que é o símbolo do parque. adolescentes apaixonados se beijavam desde a hora que cheguei até a hora em que fui embora, sem intervalo comercial.
peguei o metro até a estació drassanes. queria ver colón apontando para o horizonte, ouvir o balançar dos barcos e a confusão dos pássaros na marina. cheguei a tempo de ver barcelona se acender. bonito que só. terminei o dia no maremagnum.
amanheceu o dia de voltar para madrid numa viagem de 2h40m que, depois de tantos trens, mais pareceu um deslocamento de metrô [i lAVE you!]. dormi até o último minuto do segundo tempo e fui tomar um café da manhã nada convencional no la boquería, o mercado mais tradicional da cidade! na barraca dos sucs [sucos, em catalão], catei um de mango con côco, o mais-mais do disque-e-toque da boquería. delícia! depois, uma azeitoninha aqui, uma tapa alí, uma frutinha acolá - como manda a etiqueta dos mercadões.
e antes que o post termine e eu esqueça de contar, duas coisas que chamaram a atenção em barcelona desta vez: a quantidade de gente louca nas ruas e o policiamento anti-terrorista da cidade, muito mais ostensivo que em madrid e inexistente na itália [a espanha, afinal, é um país que tem cicatrizes profundas, de episódios muito traumáticos de terrorismo, primeiro do eta, depois da al-qaeda]. raio x nas estações de trem [na itália é uma piada - se a pessoa quiser entrar num trem com uma AK-47 é, tipo, 'beleza!'], policiais com cães farejadores no metrô, rondando a sagrada família de moto e conferindo discretamente as latas de lixo.
termina assim, cariños, junto com 2011, minha bonita 'aventura italiana': toda beleza vista gravada indelevelmente na alma e eu de volta ao meu apartamento quentinho em madrid.  

9 comentários:

  1. Hahahaha, mas também não vai viver de aplaudir pôr do sol não, né?

    Acho que ninguém tentaria atacar italianos com ak 47, são todos violentos e fanfarrões, pelo que passam, veja Silvio quasedonodetudo Berlusconi.

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  2. Felipe, trabalhar, na medida certa, é muito bom. e ainda dá para ver o pôr-do-sol. ó que beleza!

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  3. Nada nada, o que eu quis dizer foi: Não vai amar os momentos e ver o pôr, mas não vai aplaudir, né? Acho uma das coisas mais estranhas que se pode fazer na vida.

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  4. concordo, Felipe. pôr-do-sol é contemplação. contemplação é silêncio. combina com palmas não.

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  5. oi can
    to so mandando um oi e aroveito pra pedir pra vc mandar fotos (e receita, pois não encontrei uma legal) das famosas madeleines proustianas, se for possível encontrá-las em madrid! li um livro ótimo do Allain de Botton sobre Proust e fiquei doida pra conhecer as madeleines! gde bjo

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  6. se encontrar por aqui, mando as fotos e a receita, sim, Fá. agora até eu fiquei curiosa. andei sentindo tua falta por aqui. beijo. p.s.: já quero ler esse livro!

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  7. can
    esse filósofo prático salvou meu Natal de 2011, que, como acontece algumas vezes nesta vida, não ia ser muito legal. Então, "por coincidência", no dia 24 assisti a uma entrevista dele e me conformei com esta faceta da vida. Antes tinha lido "consolações da filosofia" dele tb e amei. Comprei o do Proust e agora sinto que posso finalmente encarar "em busca do tempo perdido"! N´allez pas tros vite é o lema do livro e que nos ajuda a viver cada momento com toda intensidade, pra dar mais valor e algum sentido à vida.
    Gde bjo e sds virtuais

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  8. Fá, livros sempre chegam às nossas mãos quando estamos preparados para lê-los [por isso é que dizem que os anjos moram nas bibliotecas - e eu acredito!]. esteja certa que esse livro não chegou às suas mãos por acaso, alguma coisa bem específica proust queria te dizer através de allain de botton. n´allez pas tros vite tem vindo a mim também com certa freqüência nessa minha temporada madrilenha. cheguei num momento da vida que precisava desacelerar, e os europeus são mestres nisso! é a filosofia de vida deles aqui. nunca mais serei a mesma, espero. e vou levar magdalenas para você quando voltar, viu? beijos e obrigada por compartilhar sabedoria comigo.

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  9. can
    quem sabe qdo voltar a Fortaleza e ainda quiser abrir sua patisserie com cupcakes, possa vender tb as madelleines (pois aqui acho que ainda não as vendem!!).
    serei frequentadora contumaz!!
    eu que agradeço pela amizade virtual e sim, vamos praticar o lema proustiano...
    bjos

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