terça-feira, 15 de novembro de 2011

.¡madrid, aquí me tiene!

cariños, cheguei em madrid no último sábado, vinda de lisboa, onde meu vôo de fortaleza fez uma conexão de 5 horas. era início de uma noite de outono e os termômetros nos topos dos edifícios marcavam deliciosos 16 graus, temperatura bem receptiva para quem vinha dos 30 graus eternos do ceará. a lua brilhava cheia, bem na diagonal direita da minha varanda, como quem diz, em castellano [¡por supuesto!]: 'sea bienvenida!'... é óbvio que, sendo eu essa pessoa canceriana que sou, interpretei isso como um bom sinal. aí dei um sorriso interior, respirei fundo o primeiro ar madrileño da temporada e pensei, com uma certa satisfação interna: 'madrid, aquí me tiene!
minha relação com esta cidade é forte, inexplicável e um tanto enigmática. da primeira vez das muitas em que estive aqui, nos idos de 1994, vivi já um reencontro, cheio de reminiscências - uma experiência tão encantadora quanto assustadora para uma menina de 17 anos. madrid tem, ainda, um significado especial para mim, porque foi precisamente aqui, nas tardes solitárias no parque do retiro, que descobri o prazer da minha própria companhia, de que nunca mais abri mão. eu era, então, apenas uma menina de 17 anos e  como todas as meninas de 17 anos gabava-me de conhecer o mundo e o amor.  voltar a madrid tantos anos depois, na mesma condição de residente, tendo visto tanto mais da vida, com um olhar muito mais atento, muito mais maduro, e um coração [o mesmo coração dom-quixotesco!] um tanto mais calejado, é um privilégio. 
aqui neste #madridfeelings não pretendo muito mais do que expressar meus sentimentos sobre essa cidade e a forma como ela interage comigo. não pretendo mais do que registrar, primeiro para mim mesma, e depois para quem interessar possa, as meditaciones de mi corazón de quijote.
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Meditaciones del Quijote [onde fui buscar o trocadilho] é o primeiro livro do filósofo espanhol José Ortega y Gasset [que não por acaso dá nome ao Instituto no qual começo hoje meu doutorado aqui na capital espanhola]. publicado em 1914, trata-se de um ensaio que acabou tomando um rumo diferente daquele a princípio imaginado pelo autor. foi neste livro, precisamente, que Ortega y Gasset começou a desenvolver sua teoria filosófica 'yo soy yo y mis circunstancias'.    

7 comentários:

  1. Uma vez blogueira, sempre blogueira! Adorei a iniciativa, Candice. Já tinha mesmo pensado em lhe sugerir um novo blog. Como amante da fotografia, não esqueça de compartilhar alguns flashs das belezas e dos passeios que certamente irá fazer.

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  2. Ando meio avastada desta vida bloqueira,mas passarei por aqui para conhecer Madri (cidade que sempre quis conhecer) por você!

    Beijos

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  3. que delícia! tô desejando todo o axé do mundo e esperando para ler muitas experiências intensas, lindas e sensíveis nesse novo espaço. te amo muito!

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  4. O eterno reencontro, agora escrito em diário...rs Owww que fique eternizado...Bons ventos, boas luas e bons conhecimentos na terra charmosa que é Madrid. Não vá ver touradas, please ! rsss Isto deve ser a unica coisa ruim de Espanha.

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  5. amiga, pensado em vc e lendo seu blog, só posso pensar coisas boas... boa sorte em tudo por aí!!! bjs bjs

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  6. Oi Can que maravilha vc ai de novo, e depois de 17 anos vs fazendo o doutorado. Parabéns prima... vou curtir um pouco de Madrid nas suas histórias. Onde vc tá morando? É perto de onde?
    Beijão
    Carol Nóbrega

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  7. e eu só posso desejar que seu tempo aí seja feliz, querida.vou te acompanhar sempre q possível!

    amo-te, triamada!

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